A Comunidade Empreendedoras do Vale nasceu em 2018, com o desejo da empreendedora e publicitária Lua Trindade de transformar vidas femininas no Vale do São Francisco. Os pilares já estavam claros desde o princípio: ela desejava conectar mulheres aos seus negócios, à transformação da educação digital, à cultura regional e umas às outras, criando uma extensa rede de apoio.
Para colocar seus planos em prática, convidou a Assessora de Marketing Taís Farias, que topou o desafio. Em menos de um mês, realizaram juntas o evento Empreendedoras Conectadas | 1º Chá das Mulheres de Negócios do Vale do São Francisco. Gratuita e beneficente, a iniciativa teve suas vagas esgotadas em 48h – uma confirmação de que a região carecia desse tipo de congregação com foco no empreendedorismo feminino.
Com a participação da premiada especialista em Comunicação Estratégica e Gestão de Marcas, Maria Brasil; e da jornalista e editora-chefe do Correio, Linda Bezerra, a noite 28 de agosto foi memorável. Cerca de 150 pessoas, ávidas por conexão, lotaram o Espaço O Jardim e geraram massiva doação de leite a instituições da região.
A partir de então, foram realizados pelo menos uma capacitação ou encontro por mês, agregando mais de 700 associadas e impactando milhares de empreendedoras por toda a região. Além disso, a Comunidade Empreendedoras do Vale tem engajado cerca de 9 mil pessoas diariamente por meio das redes sociais.
Por que existimos?
Empreender no Brasil é complicado. Para mulheres, então, as dificuldades se acumulam: elas contam com menos recursos financeiros; iniciam seus negócios sozinhas e como um complemento da renda. Abrem negócios por necessidade, aos trancos e barrancos; e não por oportunidade. E, ainda, assim, correspondem a 50% dos novos empresários do país – segundo dados do Sebrae, Rede Mulher Empreendedora e do Banco Mundial.
Com seus empreendimentos consolidados, esbarram outras dificuldades: inseguranças calcadas no sexismo da sociedade, crenças limitantes, desconhecimento técnico de gestão dos negócios, entre muitas outras questões.
Além disso, as intraempreendedoras que ascendem profissionalmente são raras no mercado. Segundo o relatório “Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 maiores empresas do Brasil e suas ações afirmativas”, do Instituto Ethos de 2016, existem apenas 11% das mulheres em posições de alto comando nas 500 maiores empresas no Brasil, e um número irrisório de 0,4% de mulheres negras em posições de alta liderança no país.
Ou seja, há um longo trabalho a ser percorrido para que tenhamos um mercado de trabalho mais justo e igualitário.
E foi para acolher essas pessoas desde a primeira ideia para um negócio até sua prosperidade; conectando-as a seus propósitos e às demais empresárias que perseveram no mercado, que nasceu a Comunidade Empreendedoras do Vale.
“Carregamos muita felicidade do caminho que traçamos, das vidas que tocamos e do que ainda poderemos fazer pelas mulheres em nossa região. Temos muitos projetos em mente para implementar e nosso propósito maior é continuar impactando a vida profissional dessas empreendedoras” – Lua Trindade.